top of page
Barao_do_rio_branco_00.jpg

BARÃO DO RIO BRANCO

Sua Vida 

José Maria da Silva Paranhos Junior, mais conhecido como Barão do Rio Branco ou Juca Paranhos, para os mais próximos, nasceu em 20 de abril de 1845, na antiga Travessa do Senado, no centro do Rio de Janeiro. Um dos nove filhos do diplomata Visconde do Rio Branco e de D. Teresa de Figueiredo Faria Paranhos, o Barão veio de uma família tradicional de estadistas e parlamentares, e nesse cenário, recebeu influência principalmente de seu pai para seguir a diplomacia. O Visconde foi eleito, em 1845, deputado provincial do Rio de Janeiro, foi também jornalista e participou de algumas missões no Rio da Prata. Em outubro de 1851, foi secretário de Honório Hermeto, o Marquês do Paraná, em sua primeira missão no Prata. 

O Barão ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1862, e concluiu seus estudos na Faculdade de Direito de Recife, em 1866. Em 1868, substituiu Joaquim Manuel de Macedo como professor no Colégio Pedro II antiga Chácara do Engenho Velho, atual Campus Centro, na Cidade do Rio de Janeiro na Avenida Marechal Floriano, n° 80, onde estudou em sua juventude. No mesmo ano, iniciou sua carreira pública recebendo o cargo de promotor em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

Já em 1869, acompanhou seu pai, em uma missão especial ao Prata e Paraguai e no ano seguinte repetiu a missão ao lado das Forças Armadas, quando participou das negociações de paz entre os aliados e o Paraguai, que encerrou o Conflito da Tríplice Aliança. Ao retornar ao Brasil, foi eleito deputado da província do Mato Grosso por dois mandatos, exercendo o cargo entre 1869 a 1875.

Além disso, fundou o jornal “A Nação”, em conjunto com Gusmão Lobo e Padre João Manoel. Foi diretor do jornal entre 6 de dezembro de 1875 a 1886, promovendo uma campanha a favor da abolição da escravatura. Esse 
movimento ganhou força, até que, em 1870, ocorreu a assinatura da Lei do Ventre Livre, a qual seu pai, Visconde do Rio Branco foi um dos signatários. 

O Barão é descrito como uma pessoa boêmia, frequentadora teatros e casas noturnas. Em uma casa de espetáculos, em 1872, apaixonou-se pela atriz e dançarina belga Marie-Philoméne Stevens. O namoro foi rejeitado pela elite carioca, resultando na extradição da atriz para a Europa. José Maria Paranhos solicitou, então, ser enviado a Paris em uma missão diplomática, passando a morar com Marie. Em 20 de fevereiro de 1873, tiveram seu primeiro filho, Raul da Silva Paranhos. A partir disso, os três conseguiram retornar ao Brasil, desafiando o moralismo da época. Marie-Philoméne e o Barão oficializaram sua relação apenas em 1889. O casal deu à luz a cinco filhos no total: Raul, Clotilde, Hortênsia, Paulo e Amélia. Marie faleceu em 1898 e foi sepultada na França. 

Nesse ínterim, em 1876 ele recebeu o título de Cônsul do Brasil em Liverpool, onde permaneceu até 1893, e representou o país na Exposição Internacional de São Petersburgo em 1884, divulgando o café como possível produto de exportação brasileiro. Já em 1888, recebeu o título de barão, concedido pela Princesa Isabel após a solução da pendência entre Brasil e Guiana Francesa sobre a região do Amapá. Após a proclamação da República, em 1891, substituiu o conselheiro Antônio Prado na Superintendência de emigração do Brasil na Europa, exercendo o cargo até 1893. 

Durante sua permanência na Europa entre os anos de 1876 e 1902, escreveu várias obras com temática relacionada a história pátria e ao Brasil: Memória sobre o Brasil para a Exposição de São Petersburgo, “Esquisse de l’Histoire du Brésil” para o Le Brésil, de Sant’Anna Nery; contribuiu para a Grande Encyclopédie de Levasseur, redigindo sobre o Brasil e deu início no Jornal do Brasil a publicação das “Efemérides brasileiras”. 

Em 31 de dezembro de 1900, foi nomeado ministro plenipotenciário em Berlim e, em primeiro de janeiro de 1902, retornou ao Brasil para assumir o cargo de ministro das relações exteriores, em 03 de fevereiro de 1902, no governo de Rodrigues Alves, ocupando o cargo até falecer (10 de fevereiro de 1912). Com o anúncio de sua chegada, foi prestada uma grande manifestação da população carioca ao estadista. Elegeu Petrópolis, no Rio de Janeiro, como sua moradia. Em sua infância e adolescência, frequentou Petrópolis quando vinha visitar grandes figuras como Visconde de Souto e Barão de Cortegipe, agradando-se com a cidade que posteriormente veio a residir durante uma década.

No dia primeiro de janeiro de 1902, chegou no Rio de Janeiro, após mais de vinte anos sem retornar ao Brasil. No dia de sua chegada, tomou posse do cargo e recebeu outra manifestação, agora em Petrópolis, então capital do Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1903, alugou na cidade imperial uma propriedade na Rua Westphalia, antiga moradia do Visconde de Cruzeiro, casado com Maria Henriqueta Carneiro Leão, filha do Marquês do Paraná. A construção era confortável, de um único pavimento e possuía diversas janelas, que possibilitava a vista para o Rio Piabanha. Petrópolis tornou-se o lugar preferido do Barão para descansar, escrever, fazer passeios e receber visitantes do mundo todo, entre eles, diversos chefes de estados.

A casa alugada pelo Barão levava o mesmo nome da rua, e era conhecida como Casa da Westphalia. Nela, pelo Barão, foram assinados diversos acordos diplomáticos como o Tratado de Petrópolis, que consiste em um acordo pela disputa do Acre, entre Brasil e Bolívia. Esse documento de compra foi assinado em 17 de novembro de 1903 e anexou mais de 480.000 km² ao território brasileiro. Com essa conquista, a capital do Acre, Rio Branco, leva o nome do Barão, em sua homenagem. Além do Tratado de Petrópolis, outros documentos de extrema importância também foram assinados na casa. No ano de 1909, foram assinadas seis convenções de arbitramento, com diversos países, como Portugal, França, México, Espanha, Inglaterra e Bolívia. Além desses, também foram assinadas convenções com o Peru e o Uruguai.

Após inúmera conquista para seu país, no dia 10 de fevereiro de 1912, veio a falecer o Barão do Rio Branco. Após pouco mais de dez anos de sua morte, em 13 de abril de 1922, a até então Rua da Westphalia, tornou-se Avenida Barão do Rio Branco. A troca do nome da rua foi feita em sua homenagem, e a casa em que ele residiu em Petrópolis, até o seu falecimento, é conhecida até hoje como Casa do Barão; Atualmente a casa é propriedade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e está interditada devido ao seu mau estado de conservação em que se encontra. Considerado uma figura de extrema importância para o Brasil, o Barão do Rio Branco é homenageado até os dias atuais, mesmo após 107 anos de sua morte. Além da troca do nome da Rua da Westfália, o nome da rua em que está situada a casa em que nasceu também trocou de nome, de Travessa do Senado para Rua 20 de abril. 

Dentre as principais homenagens, teve sua efígie impressa em diferentes notas ao longo dos anos, sendo uma das mais populares a de mil cruzeiros, que circulava em 1978 e ficou conhecida como ‘barão’. Atualmente, está cunhado na moeda de 50 centavos, onde ao seu lado está a representação do país, marcando a consolidação de nossos vastos limites territórios. Esta moeda, apresenta então a importância de Rio Branco na conquista territorial. 

Ademais, assim como a capital do Acre, a cidade de Paranhos situada do estado do Mato Grosso do Sul também foi nomeada em homenagem ao diplomata. Este que, no ano de 1945 (centenário de seu nascimento), teve seu famoso título referenciado na inaugurada academia diplomática, hoje, considerada uma das mais antigas do mundo, o Instituto Rio Branco.

Fontes: 

Barão do Rio Branco: Sobre
bottom of page